sexta-feira, 18 de março de 2011

Que ousa desvelar as profundezas de sua alma em seus escritos,  costumo evitar declarações excessivamente íntimas nas entrevistas que concedo, tendo afirmado mais de uma vez que jamais escreveria uma autobiografia. Contudo, nas crônicas que publiqui no Jornal do Brasil entre 1967 e 1973, deixou escapar de tempos em tempos confissões que, devidamente pinçadas, permitem compor um auto-retrato bastante acurado, ainda que parcial. Isto porque  por inteiro só os verdadeiramente íntimos conhecem e, ainda assim, com detalhes ciosamente protegidos por zonas de sombra. A verdade é que a  que reconheço com espanto ser um mistério para mim mesma, continuará sendo um mistério para seus admiradores, ainda que os textos confessionais aqui coligidos possibilitem reveladores vislumbres de sua densa personalidade.

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